segunda-feira, 31 de julho de 2017

Japão deve impor limite de idade para yonseis e não permitirá entrada de familiares, diz jornal

Uma das exigências iniciais será o conhecimento básico do idioma japonês
Visto para yonseis

O Ministério da Justiça pretende conceder o visto de working holiday a mil yonseis por ano, mediante a comprovação de que o requerente domina a linguagem oral básica, usada no dia-a-dia, correspondente ao nível 4 (N4) do teste de proficiência, informou o jornal Yomiuri nesta segunda-feira (31).

A notícia, recebida no Brasil durante a madrugada, desapontou muitos yonseis que consideraram o número de concessões extremamente pequeno em relação à demanda, já que os descendentes da quarta geração chegam a 159 mil pessoas no Brasil. E muitos deles terão de desistir do sonho de ir ao Japão, com direito a trabalhar, por conta das exigências que foram anunciadas pelo jornal japonês.

Segundo a reportagem, a faixa etária dos requerentes estará limitada de 18 a 30 anos. O visto não será extensivo ao cônjuge. E decorrido o prazo de permanência, a prorrogação da licença de estadia será feita após um teste de compreensão de textos relativamente complexos, equivalentes ao nível 3 (N3) do teste de proficiência.

O governo pretende criar um painel público de discussão para decidir outros detalhes e a partir de quando os vistos serão concedidos.

A concessão limitada a apenas mil vistos por ano será apenas no começo da implantação da medida, podendo portanto variar nos anos subsequentes. Conforme o Ministério da Justiça, o novo sistema tem por objetivo aprofundar o conhecimento e o interesse dos yonseis em relação ao Japão, de modo que eles possam atuar como ponte importante de ligação entre os dois países.

Este novo sistema foi baseado no working holiday que permite que o estrangeiro trabalhe enquanto assimila a língua e a cultura nipônica. O Japão assinou acordo deste sistema com 18 países, como Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Coreia do Sul, França, Alemanha, Inglaterra, Irlanda, Dinamarca, Taiwan, Hong Kong, Noruega, Portugal, Eslováquia, Áustria, Hungria e Espanha.

Embora os yonseis esperassem maior flexibilidade nos requisitos, as exigências principais do working holiday firmados com outros países parecem que serão mantidas, como a idade dos pretendentes, de 18 a 30 anos (alguns países são até 25 anos) e a impossibilidade de levar cônjuge e filhos.

Nos acordos bilaterais firmados, exige-se que o beneficiado apresente bilhete aéreo de volta ou tenha dinheiro suficiente para comprá-lo e também para se auto sustentar durante estágio inicial da permanência. Na reportagem, não se menciona estes requisitos.

Conforme o jornal, em breve a nova medida será levada ao conhecimento público, para aferir a reação popular e ouvir propostas que poderão mudar a configuração original. Do lado brasileiro, não se esperava tantas restrições, já que o Japão sofre da escassez da mão de obra que se aprofunda cada vez mais.

Se o país continuar de braços cruzados diante do envelhecimento populacional e a queda de natalidade, a população atual de 126 milhões cairá para 116 milhões em 2030 e para 86,7 milhões em 2060.

Os reflexos sobre a produção serão desastrosos. A população japonesa em idade produtiva (18 a 64 anos), que era de 80 milhões em 2010, caiu para 77 milhões em 2015 e despencará para 67 milhões em 2030.

Enquanto o Japão pretende receber mil yonseis por ano, a Alemanha, que sofre com a falta de mão de obra, acolheu, com sua política de fronteiras abertas, 800 mil refugiados só em 2015.
Fonte: Alternativa

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